sexta-feira, 9 de julho de 2010

ÁRVORE DE NATAL



CELEBRAÇÃO

Ao descer as ravinas do pecado
avena ouvi Chloé de voz cantora
a me chamar a mim e ao meu cajado
para as festas do vinho e da lavoura.

Rogado não me quis acorrentado
velho pastor de ceifas de outras horas.
E do delírio ao sonho acalentado
de novo garanhão me fui embora.

Fiz-me da noite o pégaso arretado
nos ventos sem arreios nem espora
para esse azul de crinas perfumado

pelo cheiro do cio de éguas mouras
vestidas para o gozo apascentado
no breve trino a flauta da pastora.

Anibal Beça

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