SONETOS
Do som, da luz entre os joviais duetos,
Como uma chusma alada de gaivotas,
Vindos das largas amplidões remotas,
Batem as asas todos os sonetos.
Vão -- por estradas, por difíceis rotas,
Quatorze versos -- entre dois quartetos
E duas belas e luzidas frotas
Rijas, seguras, de mais dois tercetos.
Com a brunida lâmina da lima,
Vão céus radiosos, horizontes acima,
Pelas paragens límpidas, gentis,
Atravessando o campo das quimeras,
Aberto ao sol das flóreas primaveras,
Todo estrelado de áureos colibris.
Cruz e Souza
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