domingo, 25 de julho de 2010

COLCHA BRANCA

APÓS O NOIVADO

Em flácido divã ela resvala
Na alcova -- bem feliz, alegremente,
E o fresco penteador alvinitente,
De nardo e benjoim o aroma exala.





E o noivo todo amor, assim lhe fala,
Por entre vibrações do olhar ardente:
Pertences-me afinal, pomba dormente
Parece que a razão de gozo, estala.





Mas eis -- corre-se então nívea cortina:
E a plácida, a ideal, a branca lua
Derrama nos vergéis a luz divina...






Depois... Oh! Musa audaz, ousada, e nua,
Não rompas esse véu de gaze fina
Que encerra um madrigal -- Vamos... recua!...

Cruz e Souza

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