Vela
O vento vai levando o barco a vela
E o capitão cochila junto à proa.
Nos sonhos, a pensar noutra pessoa,
Nem vê que se aproxima uma procela.
Em meio à solidão que lhe revela
O mar, na infinitude que atordoa,
No peito, o coração navega à toa
Pelo além-mar sem fim do amor por ela.
Ah, se pudesse amá-la de verdade,
Naquele imenso mar, azul, tranqüilo,
Brilhando sob a luz da grande estrela,
Nem sofreria pela tempestade
Que, em breve, há de tirar-lhe do cochilo,
Como quem diz: "Aqui não podes tê-la!".
Bernardo Trancoso
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