CZARDAS PARA SERROTES COM ARCOS DE VIOLINO E BERIMBAU DE LATA
Esta anábase é de hora aberta desnudada
tão desmedida como foi a minha vida
de nada me arrependo apenas me perdôo
por que meu vôo nem sequer se iniciou
E dessas nuvens que me espaçam esgarçadas
trapos e cordas dissonantes dessa lira
são acidentes de percurso em que recorro
como um Zenão o parafuso desse vôo
Assim nessa colméia em ziper me percorro
como um zangão no zigue-zague nos hexágonos
ando à procura de uma abelha desvairada
que me acompanhe na aventura pelos pântanos
exorcizando a desrazão desses escorços
essa não-ave desgarrada do meu nada
Anibal Beça
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